sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Interestelar - Paradoxos e buracos negros

Sobre o que eu disse na outra postagem, eu me enganei. Whiplash não foi o único filme que assisti no cinema durante as férias, mas também Interestelar.
Um filme de ficção científica ou sci-fi, meu gênero favorito. Dirigido por Chistopher Nolan (Insônia, Amnésia, trilogia Batman, A Origem, entre outros), e estrelado por Matthew McConaughey e Anne Hattaway.



Sinopse:
Após ver a Terra consumindo boa parte de suas reservas naturais, um grupo de astronautas recebe a missão de verificar possíveis planetas para receberem a população mundial, possibilitando a continuação da espécie. Cooper (Matthew McConaughey) é chamado para liderar o grupo e aceita a missão sabendo que pode nunca mais ver os filhos. Ao lado de Brand (Anne Hathaway), Jenkins (Marlon Sanders) e Doyle (Wes Bentley), ele seguirá em busca de uma nova casa. Com o passar dos anos, sua filha Murph (Mackenzie Foy e Jessica Chastain) investirá numa própria jornada para também tentar salvar a população do planeta.

Link para trailer clique aqui


O diretor do filme, já conhecido por filmes de sci-fi, teve apoio do físico e professor aposentado do Instituto de Tecnologia da Califórnia, Kip Thorne. Por esse motivo o filme se manteve bem fiel à ciência, com pequenas falhas teóricas ou teorias não comprovadas.
O texto a seguir contém alguns SPOILERS então se você não viu o filme e não quer ler pule para o final, onde eu digo o que achei do filme.

Filme
O filme se inicia mostrando a Terra num estado deplorável, num futuro próximo, em que recursos estão escassos e a condição de vida está de cada vez menos qualidade. Isso somado aos problemas de uma família americana. Cooper, um aposentado piloto e agora fazendeiro, se vê dentre ocorrências curiosas e aparentemente sem explicação; livros caem misteriosamente das prateleiras no quarto de sua filha (Murph). Ele insiste que não é nada, mas após profundas análises comportamentais feitas pela menina através de código morse e código binário ela descobre mensagens, e num dos casos, uma coordenada.
Seguindo tais pistas, pai e filha descobrem a quase falida base da NASA. Cientistas explicam a possível causa de tais fenômenos, apesar de desconhecerem os causadores (acreditam que tenham sido seres extraterrestres superiores em inteligência e tecnologia). A Terra obriga-os a procurar por outros planetas habitáveis, e curiosamente esses fenômenos inexplicáveis apontaram para um buraco de minhoca que os leva para uma outra galáxia, que contém planetas em que a sobrevivência é possível. Astronautas já foram enviados para lá, porém acabaram perdendo a comunicação, logo mais pessoas precisariam viajar para checar se algum dos planetas era realmente habitáveis. 
Cooper é convidado para a missão. Se vê em dúvida, pois não se sabe quanto tempo ficaria fora, então ele perderia todo o crescimento de seus filhos.


Obviamente ele escolheu ir para a salvação da Terra, porém uma série de obstáculos e desventuras dificultam a missão. O mais desafiador era o buraco negro existente naquele sistema, chamado Gargantua. Aparentemente os planetas se mantinham inteiros na órbita  do buraco negro. 
Gargantua, o buraco negro
A gravidade distorcida deste sistema faz com que o tempo passe mais devagar para estes astronautas. Apenas algumas horas lá, décadas na Terra. Então passam anos, Murph cresce e fica adulta. Ela estuda e se torna uma cientista, com o intuito de ajudar nas pesquisas que até então eram realizadas. Obviamente ela tem seus próprios conflitos na Terra.
Após duas tentativas frustrantes em dois planetas sem condições de sobrevivência seus recursos já se esgotam e eles tem de escolher entre visitar o próximo planeta ou voltar para casa. Eles decidem ir para o próximo planeta, mas para que exista a energia necessária duas cápsulas precisariam ser jogadas no Gargantua. Nessas cápsulas estão Cooper e um robô muito fofo que viajou juntamente a eles para ajudá-los, o TARS.
Ao adentrar no buraco negro Cooper descobre um tipo de realidade, mas não alternativa. Lá ele vê várias versões do quarto de sua filha e descobre que ele mesmo era o causador daquelas ocorrências estranhas em sua própria vida. Passa informações para sua filha, que avança absurdamente com a tecnologia da Terra e salva a raça humana.
Cooper dentro do Gargantua


Teorias: científicas e pessoais
  • O fato de o tempo passar mais devagar quando os personagens estão perto do buraco seria correto, pois faria parte de uma teoria aprovada pela ciência. Aquela famosa teoria da relatividade, de Einstein, que diz que espaço e tempo estão interligados, logo a gravidade seria capaz de distorcer os dois. O único problema é que no filme uma hora nesta outra galáxia seria o equivalente a 7 anos terrestres. Se a gravidade fosse tão forte para causar tal distorção a sobrevivência não seria possível.
  • Não se sabe o que há dentro de um buraco negro, mas acredita-se que a vida em seu interior não seria possível. A estrutura atômica do astronauta seria esmagada pela forte gravidade.
  •  Os buracos de minhoca são possíveis. Em teoria. Eles nunca foram estudados, nem mesmo vistos por cientistas. Um fato  interessante é que Thorne, o físico que ajudou no roteiro e produção do filme, é um dos principais e mais importantes estudiosos dos buracos de minhoca.
  • Existe um paradoxo muito maneiro/loko que serve de base para toda a história do filme. Cooper direciona sua própria vida a partir de um ponto. Ele mesmo no futuro interfere em seu próprio passado. Este é um paradoxo que se sustenta, porque uma vez que algo acontece no passado, o personagem trabalha no futuro para que isso continue a acontecer. Porém onde ele se inicia? Eis a questão. Seguindo a lógica os fatos só acontecem porque Cooper sabia que aconteceriam, mas em uma cena ele age conforme o passado mesmo sem saber. Seria influência de outro ser?
  • Um fato interessante é que os robôs auxiliares tem uma leve semelhança com o HAL 9000 do filme 2001 - Uma Odisseia No Espaço. E em uma cena o robô CASE parece causar uma explosão propositalmente. Tirando o fato de Interestelar e 2001 serem muito parecidos em muitos aspectos.
Do lado esquerdo uma cena de Interstelar, do lado direito uma cena de 2001
  • Interestelar foi indicado ao Oscar por efeitos visuais, trilha sonora, edição de som, mixagem de som, design de produção.

O que Moara achou do filme? FIM DA ÁREA DE SPOILERS
Antes mesmo de sair da sala de cinema eu ouvi quatro pessoas dizendo que não gostaram do filme. E não feliz em dizer que não gostaram, completaram dizendo que odiaram e que se arrependeram de ter assistido.
Acontece que, se você não for fã de ficção científica nem ao menos gostar um pouquinho, eu mesma não recomendo este filme. Mas se você for, necessita assisti-lo.
Assim como qualquer Sci-Fi cenas consideradas desnecessárias (como a nave no vácuo, astronautas sem pressa apertando botões) não são cortadas, longas conversas técnicas e músicas instrumentais dramáticas são abundantes. 
Como dito anteriormente, o filme não fugiu da ciência com a maioria dos clássicos de ficção científica hollywoodianos. Talvez isso o torne mais atraente aos fãs.
Eu simplesmente amei, recomendo que assistam. Saí do cinema com todo o rímel que inicialmente estavam nos cílios realocados na bochecha e no queixo, e sem dar a mínima atenção às críticas negativas. Eu precisava falar com alguém sobre isso, e até hoje não encontrei ninguém para falar sobre isso ;-; 
Então se você assistiu comente o que achou, diga-nos sua opinião.
Por hoje é só, beijinhos de luz.

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