segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Entre Abelhas - Você está vendo ou apenas olhando?

Hoje vou falar sobre um filme brasileiro que assisti há alguns meses, mas que acabei esquecendo totalmente de escrever sobre: Entre Abelhas. Estrelado por Fábio Porchat, Marcos Veras e Irene Ravache. Dirigido por Ian SBF.


Sinopse: Bruno é um editor de vídeos que acabou de se divorciar quando ele começa a parar de ver pessoas. Gradualmente, as pessoas vão deixando de ser vistas e ouvidas por ele, que passa a ter sérios problemas. Bruno conta com a ajuda de sua mãe e de seu terapeuta para descobrir o que está acontecendo em sua vida.

Assim como com Interestelar, quando saí do cinema ouvi um considerável número de pessoas reclamando. De novo, fui uma das (se não a) únicas que gostou. Acredito que as pessoas que criticaram entraram no cinema cheias de expectativas e opiniões formadas, como por exemplo: "É filme brasileiro? Vai ser uma porcaria". Isso não é regra. Eu particularmente não gosto das produções artísticas brasileiras em geral, mas sempre tem as exceções.

Também sei que grande parte do elenco é conhecido pelo Porta Dos Fundos, que para quem não sabe é um canal muito famoso no YouTube por suas esquetes de comédia. Logo já é de se esperar que possua alguma comédia, pois querendo ou não o cinema brasileiro tem certa dificuldade de se afastar disso. Porém o filme não é desse gênero. Para a surpresa geral, esse filme é um drama. E nisso Fábio Porchat merece um certo destaque, ele soube pular de um mundo para outro com facilidade. Ainda assim temo que a espera por piadas ofuscou sua profundidade.

E para finalizar a crítica aos críticos, Entre Abelhas é uma grande metáfora com várias metáforas menores dentro. O fato de o enredo não ser mastigadinho e o objetivo não ser claramente explicado afastou muitos espectadores. Maior parte das pessoas não querem ter de pensar ao assistir um filme, qualquer tipo de reflexão necessária causa repulsa. E acho que esse é o caso. Em outras palavras, a falta de interesse pode ter sido causada pela ignorância.

Mas agora vamos ao filme. Muito aberto para a criação de teorias, o longa me deixou um tanto confusa em relação ao seu significado obscuro. Uma grande metáfora sobre a depressão? Talvez. Em minhas pesquisas vi psicólogos relacionando o filme à alguns aspectos da depressão. Sobre isso prefiro não discorrer, não sei muito sobre o assunto. Uma grande metáfora sobre o amor? Bem provável. Aviso de SPOILER: Bruno tinha acabado de se divorciar quando conhece uma prostituta. No fim a única pessoa que ele é capaz de ver é a dita cuja. Isso nos apresenta o pensamento: "O que mais importa na vida é o amor, perante isso tudo desaparece". Fim do SPOILER.

Depressão e/ou dor de cotovelo?
Mas a minha teoria particular é: o filme pode ser interpretado como uma grande crítica à superficialidade em que vivemos nos dias de hoje. Caraca, nem é tão difícil assim perceber isso. As pessoas simplesmente vão desaparecendo na vida de Bruno, quase que por ordem de importância. Não vou dar uma de tia chata e usar o exemplo da tecnologia, mas de fato vivemos (ou pelo menos eu vivo) num ambiente onde as pessoas não se olham nem se falam realmente. Conversamos sobre o clima, ou algum assunto que está em alta no momento mas não nos importamos de verdade. É como se olhássemos através das pessoas, e o filme apenas expressa isso da maneira mais literal possível.

Então que reflitamos: estamos vendo ou apenas olhando?

E por hoje é só, espero que essa postagem sirva como incentivo. Super recomendo para quem estiver disposto a assistir de mente aberta.



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