Ender's Game - Livro vs Filme

Hoje estou aqui para falar sobre o livro, e um pouco sobre o filme derivado dele, Ender's Game (ou Jogo Do Exterminador, mas eu prefiro o nome em inglês por motivos...) Já faz algum tempo que li mas fiquei enrolando para escrever, mesmo assim as emoções que senti durante a leitura continuam vivas em mim como se eu o tivesse terminado hoje.

Sinopse:

Em um futuro próximo, extra-terrestres hostis atacaram a Terra. Com muita dificuldade, o combate foi vencido, graças ao heroísmo do comandante Mazer Rackham. Desde então, o respeitado coronel Graff e as forças militares terrestres treinam as crianças mais talentosas do planeta desde pequenas, no intuito de prepará-las para um próximo ataque. Andrew "Ender" Wiggin, um garoto tímido e brilhante, é selecionado para fazer parte da elite. Na Escola da Guerra, ele aprende rapidamente a controlar as técnicas de combate, por causa de seu formidável senso de estratégia. Com isso, logo se torna a principal esperança das forças militares para encerrar de uma vez por todas com a ameaça alienígena.

O livro ficou no meu armário por um longo tempo, esperando para ser lido. Quando eu finalmente comecei me apaixonei quase que imediatamente. Orson pode ser considerado, no mínimo, um homem brilhante.

A história é desenvolvida de forma clara e explicativa. Os vários pontos de vista utilizados para justificar ação e reação, tudo girando em torno da vida de Ender Wiggin. Mais do que uma história de sofrimento e dedicação, vários conceitos da ficção científica são profundamente analisados como por exemplo política, guerra e moralidade.

Na verdade, essa é uma das minhas características favoritas nas distopias: para que fique tudo bom e certinho a narrativa não pode ser rasa ou superficial. Todos os pontos devem ser explorados. A distopia em "Ender's Game" não é tão destacada, porém está lá. O autor soube trabalhar em cima das mais diversas características dos mais diversos subtipos de ficção científica para nos levar a sua conclusão. Não é à toa que ganhou os prêmios Hugo em 1986 e o Nebula em 1985.

Antes de dar continuidade eu queria apenas comentar sobre o título. Em inglês o título é "Ender's Game" pois faz um trocadilho com a palavra ender, que significa exterminador, e também é apelido do menino. Em português foi traduzido como "O Jogo Do Exterminador" e perdeu-se o trocadilho. Isso não é uma crítica, eu entendo a necessidade dessa adaptação, é apenas uma preferência.

Sobre o livro nem sei mais o que dizer, apenas sentir. Porém recentemente foi lançada uma adaptação cinematográfica (vulgo filme do livro), mais especificamente em 2013. Sobre este eu tenho muito o que falar. Comecemos com a capa do livro novo baseado no poster do filme. Suas capas originais são de certo modo até infantis, então foi um belo presente que o filme nos deu. Segue foto.

O filme conta com um elenco impecável, com direito Harrison Fucking Ford, Viola Davis e Ben Kingsley. Pausa para falar do Asa Butterfield que não é um ator renomado porém eu gosto muito dele e fez um ótimo trabalho. Acontece que todos ele fizeram um ótimo trabalho, merecem destaque por isso.

Mas se tem uma coisa com a qual eu sou muito chata é adaptar um filme de um livro. Entendo perfeitamente que existem certos aspectos que acabam ficando de fora na hora de transformar palavras em imagens, porém retirar um fato de grande importância ou acrescentar um acontecimento que vai eventualmente mudar o andamento é um erro.

O livro é daqueles onde acontece muita coisa em poucas páginas, ainda que sem se exceder de informações e sem confundir o leitor. Mas se estamos falando do filme por quê comentar isso agora? Porquê deve ser realmente difícil adaptar esse tipo de narrativa, por isso seria interessante se dividissem o filme em duas partes. Porém o que aconteceu: cortaram muuuuuuita informação e tudo ficou raso e superficial. A grande mensagem que o livro passa acabou se tornando uma birra de adolescente rebelde.

Em geral o filme não fugiu muito do original, com exceção do final onde os caras viajaram total e criaram um diálogo confuso para justificar um monte de coisas. 

Para quem não leu o livro sua adaptação cinematográfica pode ser uma experiência legal, e não somente para quem curte ficção científica. Mas ainda assim eu recomendo que, se possível, leia o livro. Como já é de se esperar, é muito melhor.

Por hoje é tudo pessoal, até a próxima!